Documentos apontam que a Agência Brasileira de Inteligência enviou alertas dois dias antes dos atos do dia 8 de janeiro ao ex-ministro Gonçalves Dias, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e ao Ministério da Justiça, chefiado por Flávio Dino, a respeito da possibilidade de invasão a prédios públicos. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Segundo o veículo, os documentos sobre os alertas foram enviados pela Abin à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional no dia 20 de janeiro, mas são mantidos em sigilo. Além do GSI, outros 13 órgãos receberam os avisos. Em relação ao Gabinete de Segurança Institucional, o próprio ex-ministro Gonçalves Dias recebeu ao menos três alertas no celular.
O primeiro aviso, enviado pela Abin no dia 6 de janeiro às 19h40, dizia existir “risco de ações violentas contra edifícios públicos e autoridades” e uma “intenção manifesta” de invadir o Congresso Nacional. A mensagem também falava em “manifestantes com acesso a armas”.
– Perspectiva de adesão às manifestações contra o resultado da eleição em Brasília permanece baixa. Contudo, há risco de ações violentas contra edifícios públicos e autoridades. Destaca-se a convocação de caravanas para o deslocamento de manifestantes com acesso a armas e a intenção manifesta de invadir o Congresso Nacional – declara o aviso.
Na manhã do dia 7 de janeiro, novos textos davam conta da chegada de diversos ônibus a Brasília. Em um texto enviado às 10h30, a Abin alertou para a chegada de 18 ônibus no Quartel-General (QG) do Exército. Às 12h, o alerta dizia que “conforme a ANTT, houve aumento do número de fretamentos de ônibus com destino a Brasília”.
Na manhã do dia 8, a Abin alertou as autoridades sobre a continuidade da chegada de ônibus em Brasília e de manifestantes ao QG do Exército. Já durante a tarde, o foco dos alertas foi sobre o deslocamento do grupo para a Esplanada dos Ministérios.
GSI E MINISTÉRIO DA JUSTIÇA NEGAM TER RECEBIDO AVISOS
À Folha, o Ministério da Justiça alegou não ter recebido os alertas e afirmou que “nenhum dos dirigentes da nova gestão do ministério foi convidado a adentrar grupo de WhatsApp gerenciado pela Abin para receber relatórios sobre golpistas e criminosos que atuaram no dia 8 de janeiro”.
O general Gonçalves Dias, por sua vez, disse em depoimento à Polícia Federal que não recebeu relatórios da Abin e que só tomou conhecimento dos alertas enviados pelas equipes de inteligência quando reuniu as informações para responder os questionamentos da CCAI.
FONTE:PLENO NEWS
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